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Travessia do Saco do Mamanguá e da Ponta da Juatinga

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4 dias de trekking pela Mata Atlântica e pelas mais diversas praias do litoral sul fluminense

INTRO

Este post traz tudo o que você precisa saber pra realizar a travessia de 4 dias para o Saco do Mamanguá (o fiorde brasileiro) e a Ponta da Juatinga, a qual abriga diversas praias muito únicas.

Faz anos que quero fazer essa travessia e pra melhorar consegui trazer meu parceiro de vida, o Vinicius (vulgo Rebi). Foi em abril/2017 que ele saiu de São Paulo pra se juntar a mim em Paraty/RJ.

Segue abaixo uma imagem do Google Earth mostrando o mapa do percurso realizado, as principais atrações da viagem e a cidade de Paraty:

Roteiro

ROTEIRO RESUMIDO

Dia 1:

  • Deslocamento até Paraty/RJ pela Rodovia Rio-Santos BR-101
  • Ônibus saindo do terminal rodoviário até a Praia de Paraty Mirim
  • Início do trekking saindo de Paraty Mirim às 12:30
  • 7,5 km caminhados até a vila de Curupira de onde se pega o barco para atravessar o Saco de Mamanguá
  • 20 minutos de barco até Cruzeiro
  • 1,2 km e 400 metros de desnível acumulado para subir o Pico do Pão de Açúcar
  • Regreso a Cruzeiro, onde passamos a primeira noite
  • Total percorrido no 1º dia: 9,9 km em 4h50min

Dia 2:

  • Iniciamos o trekking às 9:00 e andamos 6,6 km até a Praia Grande
  • Atravessamos e curtimos a praia (1,2 km) e almoçamos no Bar da Jandira
  • Caminhada de 3,8 km até o Pouso de Cajaíba passando pelas praias de Itaoca, Calhaus e Itanema
  • Chegamos em Pouso às 18:00 e dormimos no Camping da Vania
  • Total percorrido no 2º dia: 11,6 km em 7h00

Dia 3:

  • Começamos a andar às 7:00 e percorremos 3,9 km até a Praia de Martim de Sá
  • Levamos 2,3 km para chegar no Poção
  • Mais 3,7 km do Poção até a Praia de Cairuçu das Pedras, onde ficamos por 2 horas
  • Caminhada de 6,4 km até a Praia de Ponta Negra passando pelo Alto da Berta
  • Chegamos em Ponta Negra às 18:15 e terminamos o dia no Camping do Lelei
  • Total percorrido no 3º dia: 16,3 km em 7h30min

Dia 4:

  • Às 7:15 iniciamos a caminhada para a Cachoeira do Saco Bravo, onde andamos 7,4 km para ir e voltar da Ponta Negra
  • 700 metros de trekking até a Praia de Galhetas e mais 300 m até a Cachoeira de Galhetas
  • Depois percorremos 1,3 km até a Praia de Antiguinhos e 200 metros mais até a Praia de Antigos
  • Caminhada de 1,0 km até a Praia do Sono
  • E por fim, 4,5 km de trilha até o ponto de ônibus próximo à Praia das Laranjeiras, onde chegamos às 17:30
  • Meia hora de espera do ônibus e retorno à Paraty
  • Total percorrido no 4º dia: 15,4 km em 7h00

Total caminhado nos 4 dias da travessia: 53,2 km

O tracklog da travessia completa se encontra neste link.


PROGRAMAÇÃO

Só o que precisa fazer com antecedência para esta viagem é ver a previsão do tempo, planejar o deslocamento a Paraty, preparar a mochila e comprar comida e água. Também deixei contatos de algumas agências se você não se sentir confortável em ir por conta.


Quando Ir

A Travessia da Ponta da Juatinga pode ser feita em qualquer época do ano, mas aconselho evitar os meses de dezembro a março, que é quando há a maior quantidade de chuvas na região.


Como Chegar

De Ônibus:

Para quem vai de ônibus, o trajeto São Paulo – Paraty é realizado pela companhia Reunidas, enquanto o trecho Rio de Janeiro – Paraty é fornecido pela Costa Verde.

Do terminal rodoviário de Paraty há opções de ônibus para Paraty Mirim a cada 1h30min aproximadamente. Para se certificar dos horários exatos vale a pena se informar com a empresa Colitur com antecedência, a qual realiza este trecho e muitos outros no entorno de Paraty. Recomendo que pergunte pelos horários no telefone (24) 3371-1238 ou que vá se certificar com antecedência na rodoviária de Paraty.

Da mesma forma, para retornar do fim da travessia, no bairro das Laranjeiras, até Paraty, sugiro que você ligue na Colitur para averiguar os horários de ônibus.

De Carro:

Saindo de São Paulo há diversas opções, mas a mais curta e com menos chance de trânsito é pegar a Rodovia Presidente Dutra BR-116 até a saída pra Cunha em Guaratinguetá no km 65. Depois seguirá pela Rodovia BR-459 (SP-171 em São Paulo e RJ-165 no Rio) que liga Cunha até Paraty.

Vindo do Rio de Janeiro a melhor forma é vir direto pela Rodovia Rio-Santos BR-101.

Uma vez em Paraty recomendo deixar o carro num estacionamento da cidade e pegar ônibus que vai para Paraty Mirim, como explicado no item “De Ônibus” acima. Isso porque o início e o fim da travessia se dão em lugares distintos entre si e distantes de Paraty.


O Que Levar

No corpo:

  • Camiseta
  • Bermuda ou calça pra trekking
  • Um par de botas pra trekking
  • Um boné/chapéu

Nas costas:

  • Mochila semi-cargueira de 45 L
  • Barraca
  • Saco de dormir
  • Isolante
  • Travesseiro inflável
  • Anorak ou poncho impermeável
  • Lanterna
  • 1 Garrafa d’água de 2 L
  • Comida pra trilha
  • Toalha
  • Papel Higiênico
  • Protetor Solar
  • Óculos escuros
  • Purificador para água dos rios (Clor-in, Hidrosteril).
  • GPS ou aplicativo de trilhas no celular
  • Câmera fotográfica
  • Kit de primeiros socorros

Água e Comida

A travessia possui diversos pontos de captação de água no caminho. E se você não se sente confortável em tomar água de rios com um purificador há diversas vilas e lojas onde você pode comprar água. Como tem bastante opção no caminho, uma garrafa de 2 litros será suficiente.

O meu tracklog apresentado no item ROTEIRO RESUMIDO mostra os pontos de água do caminho.

Para comer há algumas opções de restaurantes em algumas das principais vilas do trajeto. Então não é necessário levar muita comida na mochila. Mas como são 4 dias de trilha é uma boa opção levar snacks adicionais. Comprei banana, maçã, cenoura, amendoim, barra de cereal, bolacha, chocolate, pão integral, salame, lata de atum e parmesão.


Agências

Contrate os serviços de uma agência, como a Nattrip, se não tiver conhecimentos plenos de como usar um GPS ou um app de GPS no celular ou caso queira um pouco mais de comodidade para preparar a sua viagem.


GASTOS DA TRAVESSIA

  • Ônibus a Paraty = R$ 80,00*2 = R$ 160,00
  • Ônibus a Paraty Mirim = R$ 3,90
  • Hospedagem 3 noites na travessia = R$ 55,00
  • Travessia de barco do Saco do Mamanguá (por pessoa) = R$ 35,00
  • Refeições na trilha = R$ 48,50
  • Ônibus de regresso a Paraty = R$ 3,90
  • Comida para trilha = R$ 70,00

GASTOS TOTAIS POR PESSOA (2017) = R$ 376,30


O RELATO

Antes de falar da Travessia do Saco do Mamanguá e da Ponta da Juatinga vou falar um pouco dos dias que passei em Paraty e Trindade.


Paraty

A cidade de Paraty possui uma riqueza histórica gigantesca com seus mais de 350 anos de existência. Por muitas décadas abrigou o principal porto do Brasil na exportação de ouro.

O centro histórico é um charme só com todas aquelas ruas planas, simétricas e com calçamento original de pedra. E, claro, a arquitetura colonial bem preservada das casas e igrejas torna a cidade um daqueles lugares imperdíveis.

Ruas de Paraty
Calçamento original das lindas ruas do centro histórico de Paraty

A cidade também é palco de uma infinidade de eventos de diversas naturezas como a FLIP (festa literária internacional), o Bourbon (festival de jazz), o Mimo (festival de música), o Festival da Cachaça, a Festa do Divino, dentre muitos outros. Este link traz o calendário dos eventos de Paraty.

Igreja Matriz de Nossa Senhora dos Remédios, construída em 1646. Em seu entorno ocorrem a maioria dos eventos da cidade

Apesar de ser pequena, Paraty conta com boa estrutura de bancos, hotéis, restaurantes e agências de viagens, principalmente por conta do turismo.

Uma peculiaridade de Paraty é o fenômeno das marés. A cidade foi construída considerando a variação de maré, que uma vez ao mês invade as ruas do centro histórico para lavar as ruas. A foto abaixo apresenta a Igreja Santa Rita de Cássia (canto direito) e algumas ruas que ficam alagadas durante a cheia das marés.

Vista aérea de Paraty

Você pode ver a volta aérea que fiz pelo Centro Histórico de Paraty em:

Enfim, visitar Paraty é uma experiência única não só por seu patrimônio cultural, mas também por ser o ponto de acesso para diversas praias do litoral sul fluminense.


Trindade

A Vila de Trindade é o povoado mais a sul do Estado do Rio de Janeiro e abriga uma variedade de lindas praias.

Para chegar de carro desde Paraty basta pegar a Rodovia Rio-Santos (BR-101) até o km 592 e seguir pela Estrada de Trindade por 20 minutos até chegar na Vila de Trindade.

Se a opção for ônibus, o trajeto é oferecido pela empresa Colitur com saídas a cada uma hora de Paraty. Para confirmar os horários de ônibus, o telefone da Colitur é (24) 3371-1238, como informado no item “De Ônibus” em “Como Chegar”.

Trindade
Praia dos Ranchos

Recomendo que caminhe por todas as praias que circundam à vila e faça o maior número de trilhas que consiga. Dentre as praias estão a Praia do Cepilho, dos Ranchos, do Meio e do Caixa D’aço. Também vale a pena visitar a Piscina Natural do Caixa D’aço e a Cachoeira da Pedra que Engole.

Praias de Trindade
Vista aérea da Vila de Trindade e das praias do Meio e dos Ranchos

Veja abaixo o vídeo mostrando o panorama aéreo de Trindade:


DIA 1 – Paraty -> Saco do Mamanguá

Quando cheguei em Paraty de Ubatuba eu avisei meu grande amigo Rebi que ia fazer uma travessia de 4 dias que percorria muita mata atlântica e muitas praias. Ele se animou e veio se unir a mim nesta minha viagem solo.

Foi numa segunda-feira de manhã que ele passou no Samba Canuta, ótimo hostel onde eu havia passado 3 noites. Nos demos um abraço e partimos para a rodoviária de Paraty.

Pegamos o ônibus das 11:00, o qual atrasou um pouco, e depois de uma hora estávamos na praia de Paraty Mirim.

Começamos o trekking por volta das 12:30, o qual tem início por um acesso discreto localizado próximo à praia.

Logo de cara a trilha começa por uma mata atlântica exuberante (e assim seguiria pelos próximos 4 dias) e com uma subida contínua e desgastante até a cota 200 m.

Mata Atlântica
Rebi curtindo esta árvore curiosa na linda mata atlântica da região

Prepare-se para suar como nunca nesta travessia. Devido à umidade da região e ao calor dentro da floresta, o suor produzido jamais secará por 4 dias. Nunca fedi tanto em toda minha vida hahaha.

Depois que o calor der as boas-vindas e você atingir o primeiro topo de morro, as próximas 3 horas de caminhada seriam bem mais tranquilas.

Em pouco tempo as primeiras vistas do Saco do Mamanguá apareceriam, ainda um pouco encobertas pela vegetação, e já se podia notar o azul incrível da água do mar do “fiorde brasileiro”.

Após descer o morro até o nível do mar novamente, o caminho segue bordeando o Saco do Mamanguá e passa por pequenas vilas, casas de luxo (!) e charmosas praias.

O incrível azul das águas do Saco do Mamanguá
Rebi e eu em praia com vista para o Saco do Mamanguá e para o Pico do Pão de Açúcar

A trilha segue por subidas e descidas de pequenos morros até chegar na Vila de Curupira. Daqui tomamos o barco que iria para o outro lado deste “braço” do mar e chegamos na Vila de Cruzeiro, onde passaríamos a primeira noite.

Atravessando o Saco do Mamanguá
De dentro do Saco do Mamanguá

Mas antes de nos instalarmos aqui decidimos subir o Pico do Pão de Açúcar do Mamanguá, o qual tem início da trilha bem próximo de Cruzeiro.

A subida é um pouco puxada e por vezes é necessário usar a mão para segurar em galhos. Foram 50 minutos para atingir o cume com desnível acumulado de quase 400 metros.

Recomendo muito a subida para este pico. A vista revela um dos melhores panoramas da travessia.

Do Pico do Pão de Açúcar
De um lado se vê o fim do saco, que tem 8 km de extensão…
Saco do Mamanguá!
… e do outro se vê o início do saco, que possui 2 km de largura

Chegamos a tempo de contemplar um belo pôr-do-sol, só que não pudemos ver o saco ao meio dia, que é o momento em que a água está com a coloração mais azul.

Ao menos pude fazer este registro de drone no momento em que o sol incide mais lindamente no pico:

Vista aérea do Pão de Açúcar
Vista aérea do Pico do Pão de Açúcar

O registro de drone deste pico se encontra abaixo:

Descemos o pico no escuro e voltamos para Cruzeiro às 19:00. Jantamos, pagamos o camping, mas não montamos barraca… preferimos dormir ao relento observando um lindo céu estrelado.


DIA 2 – Praia Grande e Pouso de Cajaíba

Esse dia já foi mais puxado que o primeiro e teria destino final na Praia de Pouso de Cajaíba.

Nas primeiras duas horas seguimos pela borda do Saco do Mamanguá até encontrarmos uma cachoeira simpática na beira da trilha. Ficamos uma meia hora lá curtindo e na sequência nos preparamos para o que seria a ascensão mais puxada do dia.

Partimos pra uma subida constante e desgastante (como em todas as subidas em um ambiente quente, úmido e sem vento) até a cota 410 m. A descida foi mais fácil, mas nos custou mais uma hora até chegar à Praia Grande.

Praia Grande
Praia Grande e seus 1,2 km de extensão

Passamos quase duas horas aqui, que dividimos entre curtir a praia e almoçar no bar da Jandira. O bar está localizado na ponta sudeste da praia e possui uma comida ótima.

A sequência da trilha é o trecho com o maior número de vilinhas e de praias de toda a travessia.

Praia de Itanema
Rebi na Praia de Itanema

Foram duas horas para percorrer sobes e desces de morros e passar pelas praias de Itaoca, Calhaus e Itanema e outras praias menores até chegar em Pouso de Cajaíba. No meio da trilha antes de chegar em Pouso assistimos ao belo pôr-do-sol por trás das montanhas.

Reflexo!
A vila de Pouso de Cajaíba

Chegamos na vila às 18:00 e caminhamos pela praia perguntando informação de campings. Encontramos o Camping da Vania na porção leste da vila.

Jantamos num restaurante da praia, voltamos ao camping e mais uma vez não armamos as barracas. Preferimos bivacar olhando para as estrelas.


DIA 3 – Praias Martim de Sá e Ponta Negra

Nosso objetivo do terceiro dia era alcançar a Praia de Ponta Negra passando pela Praia de Martim de Sá. Este dia foi o mais difícil de todos e, portanto, acordamos cedo para começar a caminhar às 7h00.

Logo de início começamos com uma longa subida, mas que não sentimos o calor por estar bem no começo da manhã. No topo deste morro há o acesso a esquerda para a Praia da Sumaca, que não visitamos, mas tenho um amigo, o Iago, que disse que é espetacular.

Na sequência de uma grande subida veio a descidona que terminava na Praia Martim de Sá. Esta é uma das praias com menos estrutura da travessia, por não possuir energia elétrica (ao menos em 2017) e por haver apenas um camping, o do Seu Maneco.

Balanço
A tranquila Martim de Sá

Giro aéreo sobre Martim de Sá:

Ficamos quase uma hora curtindo esta linda e deserta praia (que não é nada deserta em época de alta temporada) e voltamos a caminhar.

Neste dia, o cãozinho Bob (era assim que achávamos que o chamavam quando o viam com a gente), passou a nos acompanhar na trilha.

Bobinho
Bob e eu

Na sequência do trekking andamos cerca de uma hora para chegar ao Poção. Seu acesso está no meio do caminho entre as Praias de Martim de Sá e Cairuçu das Pedras. Não é o lugar mais imperdível do mundo, mas recomendo para quem gosta de uma água gelada de cachoeira.

Poção
O Poção. Tem uma bela cachoeirinha do outro lado do poço

Após pouco menos de uma hora curtindo o Poção retomamos a jornada. O caminho para chegar na Praia de Cairuçu era uma das poucas porções com vegetação mais baixa da travessia e as vistas foram incríveis.

Vista de Martim de Sá ao longe

Pouco depois desta linda vista alcançamos a Praia de Cairuçu das Pedras e ficamos impressionados com sua beleza e peculiaridade.

A primeira coisa que nos chamou atenção é que esta praia é composta predominantemente por cascalho e quase não tem areia. Além disso, o mar é bem agitado e há dezenas de imensos blocos de rocha dentro e fora da água, o que torna o lugar perigoso para banho. Por ser ruim para nadar, construíram uma piscina bacana com a água doce de uma nascente que está próxima à praia.

Vista aérea de Cairuçu
Vista aérea da Praia de Cairuçu das Pedras

Para ver o vídeo completo deste giro aéreo acesse o link abaixo:

Juntamente com Martim de Sá esta é a praia com menos estrutura da Ponta da Juatinga. Havia apenas alguns poucos moradores e uma lojinha.

Passamos duas horas em Cairuçu desfrutando do lugar e almoçando.

Por termos feito longas paradas em Martim de Sá, no Poção e agora em Cairuçu, precisávamos focar no trekking. A ascensão de morro mais extensa de toda a travessia nos esperava.

Foram quase duas horas de subida por floresta fechada até atingir o Alto da Berta, ponto mais alto dos 4 dias de trilha situado cerca de 550 metros sobre o nível do mar.

Alto da Berta
Bob, Rebi e mata atlântica densa no Alto da Berta

Para terminar o dia descemos este morrão em 1h30min até chegar na Praia de Ponta Negra.

O dia estava escurecendo e estava bem a tempo de contemplarmos um belo entardecer na praia.

Encontramos o Camping do Lelei, onde nos instalamos para a terceira e última noite, jantamos num restaurante e fomos dormir.


DIA 4 – Saco Bravo e Praias Antigos e Sono

Já não podíamos com tanta beleza, mas esse quarto e último dia ainda tinha surpresas para nos revelar.

Iniciamos a caminhada cedo neste dia também, porque queríamos ir até a Cachoeira do Saco Bravo antes de seguir sentido Bairro das Laranjeiras.

Para nossa surpresa, o dog Bob passou a noite nos esperando do lado de fora do camping e nos acompanhou durante todo o dia uma vez mais.

Deixamos as mochilas grandes na Praia de Ponta Negra e caminhamos 1h30min até chegar no Saco Bravo. A trilha tem bastante alternância de subida e descida de morros, mas nada que já não havíamos presenciado neste trekking.

Saco Bravo
Cachoeira do Saco Bravo. Cenário de cachu com poço desaguando no mar

Apesar de não estar com muita água, o panorama é bem único e o poço é uma delícia pra nadar. O contraste da calmaria da água doce com a agressividade do mar batendo nas pedras é algo bem único.

Ficamos 1:30 aqui tranquilos e regressamos para Ponta Negra por volta das 11:40.

Fizemos uma parada de uma hora para almoço e batemos caminhada, afinal, queríamos terminar a trilha neste dia.

Mas antes que pudéssemos engrenar num ritmo constante, em 20 minutos encontramos uma das praias mais peculiares da viagem, a Praia das Galhetas.

O mais interessante é que ela não é constituída nem de areia, como a maioria das praias da Ponta da Juatinga, e nem de cascalho, como a Praia de Cairuçu das Pedras. Sua composição é de blocos de pedra arredondados com os mais variados tamanhos. Como meu amigo Iago disse, parece uma praia de ovos de dinossauro! 😊

Aérea da Praia das Galhetas
Vista aérea da Praia das Galhetas

O vídeo abaixo apresenta o panorama aéreo da Cachoeira das Galhetas até a Praia das Galhetas:

Saltamos em seus blocos até encontrar um rio, no qual há uma ponte que é preciso atravessar para seguir adiante.

Voltando para a trilha vimos uma placa que indicava Cachoeira das Galhetas para direita. Resolvemos dar um pulo lá e ver qual era. Um mergulhinho em água doce é sempre bem-vindo.

Ela possui um poço gostoso pra banho e uma cachoeirinha simpática bem boa para ficar embaixo.

Cachoeira das Galhetas
Cachoeira das Galhetas

Retomamos o trekking, que a partir de agora já não apresentaria grandes dificuldades nem muita subida de morro até o final.

Após pouco mais de uma hora chegamos nas Praia de Antiguinhos, que está bem próxima da Praia de Antigos.

Ambas as praias são bem lindas e tranquilas. Em Antigos, o Rebi deu um mergulho no mar, enquanto eu subi na pedrona para ver o visual de cima.

Antigos
Super bloco de rocha na Praia de Antigos

E seguimos adiante para o que seria a última praia da viagem.

Em pouco mais de 20 minutos de subida na trilha passamos pelo lindo mirante para a Praia do Sono.

Mirante para a Praia do Sono
Rebi descendo para a Praia do Sono

A descida foi rápida, mas ao chegar na praia nem resolvemos parar para curtir um pouco do mar. Já havia sido tantos momentos de interação com a natureza e o cansaço era tanto, que nossa vontade era somente ir embora.

Andamos calmamente pelas areias da Praia do Sono observando todos aqueles campings, restaurantes e turistas aproveitando de suas belezas. É a praia com mais estrutura para turistas da travessia. Paramos uma meia hora pra tomar um açaí numa lanchonete e a partir de agora andaríamos sem parar até o final.

O último trecho é uma caminhada de 2 horas pela floresta, também com algumas subidas e descidas de morros. É a parte mais bem marcada de toda a trilha.

E finalmente, às 17:30 de uma quinta-feira, alcançamos o Bairro das Laranjeiras. Foi o triste momento de despedida do nosso parceiro Bob, que ao nosso lado ficou até o ônibus aparecer.

Esperamos cerca de 30 minutos pelo ônibus e chegamos em Paraty por volta das 19:00.

Despedi do meu irmãozinho Rebi que voltou pra São Paulo com seu carro, enquanto eu fiquei em Paraty para algumas poucas noites mais. 😉

Na sequência fui pra Ilha Grande subir o Pico do Papagaio, relato o qual você pode ler neste link.

Obrigado por lerem mais um relato!

Forte abraço!!!

Valeu irmãozinho

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