Todas as informações detalhadas para você realizar o lindo trekking do Salkantay e visitar a lendária Machu Picchu
RESUMO
Este post relata a minha breve passagem pelo Peru em 2014 e te dará todas as direções para você realizar o trekking do Salkantay e visitar Machu Picchu. O trekking dura 4 dias e são percorridos 69 km a pé e 27 km de van, nos quais são contemplados lindas montanhas e vales andinos. A região é muito turística o que diminui a preocupação com programação. Não tem como seu passeio dar errado, já que é possível fechar qualquer passeio assim que chegar em Cusco (com exceção da Trilha Inca). Para se prevenir, recomendo que apenas converse antecipadamente com guia/agência se quiser fazer o Salkantay Trek e compre o ticket para Machu Picchu. O relato também mostra um comparativo entre a Trilha Inca e o Salkantay Trek, apresenta todas as opções para chegar em Machu Picchu e muito mais!
Índice
INTRO
Neste relato você acompanhará a primeira etapa do meu mochilão solo de 36 dias no Peru, Bolívia e Chile, onde passei 9 dias entre Cusco, Machu Picchu e o Valle Sagrado. Siga o guia 36 Dias de Mochilão por Peru, Bolívia e Chile para ver todas as etapas desta incrível jornada.
Não dá pra dizer que eu conheci bem o Peru, pois só visitei uma pequena região dele. Mas um dia eu volto pra explorar melhor este país incrível, que guarda tanta história e revela tantas paisagens fantásticas.
Minha passagem nele priorizou as famigeradas ruínas de Machu Picchu, uma das 7 maravilhas do mundo moderno, construída pelo povo inca por volta do século XV.
Há diversas maneiras de se chegar em Machu Picchu e vou discorrer sobre algumas delas no relato, mas já adianto que para chegar lá percorri o Trekking de Salkantay, realizado em 4 dias.
Para conhecer Machu Picchu você tem que passar por Cusco, cidade mais antiga das Américas e antiga capital do império inca por mais de 400 anos até o extermínio dos espanhóis no século XVI (Fonte: Wikipédia).
Cusco está a 3.400 msnm e o Trekking de Salkantay chega a altitude máxima de 4.700 msnm. Como eu nunca havia viajado para lugares de muita altitude e não sabia como meu corpo responderia, resolvi fazer dois dias de aclimatação em Cusco e no Valle Sagrado antes de partir para o trekking.
No Valle Sagrado de Los Incas fiz passeios por Pisaq, Ollantaytambo. Chinchero e Maras Moray. Veja abaixo o mapa que mostra onde se encontra cada atração que eu visitei nest grande vale:
ROTEIRO RESUMIDO
DIA 1 – Vôo São Paulo -> Cusco
DIA 2 – Valle Sagrado: Pisaq, Ollantaytambo e Chinchero
DIA 3 – Via Ferratta e Tirolesa no Valle Sagrado
DIA 4 – 1º Dia Trekking Salkantay. 18 km caminhados de Mollepata ao acampamento Soraypampa (certifique-se que a agência te leve até o Lago Humantay. Eu não fui e depois fiquei sabendo que é um dos melhores visuais da trilha, se não o melhor)
DIA 5 – 2º Dia Trekking Salkantay. 22 km caminhados de Soraypampa ao segundo acampamento passando pelo Abra Salkantay (4.630 msnm) (peça para seu guia te levar no mirante para o Lago Salkantay. Foi outro ponto que perdi)
DIA 6 – 3º Dia Trekking Salkantay. 18 km caminhados até Sawayaco e 14 km de van até Santa Teresa. Passeio pelas Termais de Cocalmayo
DIA 7 – 4º Dia Trekking Salkantay. 11 km de van e 13 km caminhados até Aguas Calientes
DIA 8 – Machu Picchu, Huayna Picchu e regresso a Cusco de trem
DIA 9 – Maras Moray, Salineras de Maras e deslocamento para Bolívia
PROGRAMAÇÃO E LOGÍSTICA
Só o que fiz com antecedência foi comprar as passagens de avião para Cusco, reservar 3 noites de hospedagem no hostel Pariwana e fechar o passeio do Salkantay Trek para Machu Picchu, incluindo a subida da montanha Huayna Picchu.
Antes da viagem, eu nem sabia que os outros lugares que conheci no Valle Sagrado existiam. Na real, nem o Salkantay Trek precisava ter sido reservado.
Em Cusco você não terá problema para encontrar agências de turismo. Para qualquer passeio que for, dá pra reservar um dia antes (com excessão da Trilha Inca).
Hospedagem
Se você gosta do ambiente de hosteis fique no Pariwana em Cusco. Ele é fabuloso. Melhor hostel da vida e custou por volta de 30 soles.
Fiquei nele as três primeiras noites e no oitavo dia, após voltar de Machu Picchu.
Programação para o Salkantay
Peguei o contato do Edwin Huaman Puma em relatos do mochileiros.com. Seu e-mail é edwindequilla@hotmail.com.
Falei pra ele que queria fazer o Salkantay Trek e os dias que eu teria disponível. Ele mencionou que há saídas diárias.
O preço em 2014 para os 5 dias de trekking foi de 230 dólares. Ele pediu que eu depositasse metade do valor na sua conta e que passasse os dados do meu passaporte. Nada mais.
Segue o que estava incluso no pacote:
- Guia profissional, cozinheiro e assistentes
- Barracas e isolantes (leve um saco de dormir)
- Traslados Cusco a Mollepata e Aguas Calientes a Cusco
- Tickets de ingresso a Machu Picchu
- Refeições para 4 dias
- Pernoite hotel em Aguas Calientes
- Subida Huayna Picchu (não esqueça de avisá-lo que quer subir esta incrível montanha. A subida é limitada a 400 pessoas por dia)
Opções de agências consagradas:
- Salkantay Trekking
- NC Travel Cusco (agência brasileira em Cusco)
- Peru Tierras Mágicas Travel
OBS.: Eu recomendaria ir com o Edwin. Ele é super organizado e seus preços são melhores.
Dá pra viajar sem agência?
Se não quiser contratar agência para fazer os passeios no Valle Sagrado, alugar um carro pode ser uma opção. Tem Europcar em Cusco. Mas não recomendo, pois os passeios de agência não são tão caros assim (ao menos não eram em 2014) e nos 5 dias de trekking você não usará carro de todo jeito.
Se você resolver fazer o Salkantay Trek por conta, seguem direções para se deslocar de Cusco a Mollepata (início do trekking):
- Em Cusco, pegue um taxi até a Avenida Acropata e procure pelo ponto em que sai o bus para Mollepata
- Os ônibus começam a passar às 5:30, então chegue cedo para garantir
- A distância percorrida é de 98 km e a viagem dura cerca de 1,5 horas
Só não se esqueça de levar barraca e muita comida.
Também é preciso comprar os tickets para Machu Picchu antes de iniciar o trekking, pois há um limite de visitantes por dia nas ruínas mais famosas do mundo.
Não são necessárias autorizações visto que o trekking não é percorrido dentro de parque nacional ou área protegida.
A orientação da trilha é bem simples, mas sempre compensa levar um GPS. Neste link do Wikiloc você pode ver meu tracklog para o Salkantay.
OBS: Para realizar a Trilha Inca é obrigatória a contratação de um guia. Se o intuito é fazê-la, dê uma olhada no item Pela Trilha Inca.
Dinheiro
Em Cusco existem diversas casas de câmbio, que inclusive aceitam reais, mas leve tudo em dólares pois é mais valorizado e a aceitação é maior.
COMO CHEGAR EM MACHU PICCHU
Há 3 maneiras principais para chegar nas ruínas de Machu Picchu. Segue descritivo de cada uma delas:
De Trem
Existem 4 estações de trem no Valle Sagrado: Cusco, Urubamba, Ollantaytambo e Aguas Calientes, sendo esta última a porta de entrada para Machu Picchu.
Quando eu fui, a passagem Cusco -> Aguas Calientes estava custando cerca de 100 dólares (ida e volta).
Outra opção é fazer o tour no Valle Sagrado até Ollantaytambo e pegar o trem dali, que é bem mais próximo de Aguas Calientes do que Cusco.
Acompanhe as passagens e avisos no site da Peru Rail. Aqui tem a atualização dos valores dos trens, que oscilam bastante a depender do dia que for a sua viagem.
Não recomendo que tente fazer um bate-volta Cusco <-> Machu Picchu. Fique ao menos uma noite em Aguas Calientes pra conseguir curtir esse incrível monumento com calma.
Uma vez em Aguas Calientes é preciso andar ou ir de ônibus até a entrada do parque, que fica a cerca de 4 km da estação de trem. O ônibus custa tristes 10 dólares, mas é uma subida de mais de 400 m de desnível, então pense bem.
Pela Trilha Inca
Uma das trilhas mais famosas do mundo, a Trilha Inca é um trekking de 4 dias que chega em Machu Picchu à partir de Ollantaytambo, com início em dois pontos principais, denominados Km 82 e Km 88.
Grande parte dela é percorrida pelas pedras da estrada inca original e você enfrentará diversas passagens de subidas muito inclinadas e em altitude (Fonte: Wikipedia). O total caminhado nos 4 dias é de cerca de 33 km de extensão, com um desnível acumulado de 3.500 m subidos e 3.800 m descidos. A cota máxima alcançada nos 4 dias é de 4.200 msnm (Machu Picchu está a 2.500 m).
A trilha finaliza na Porta do Sol (ou Intipunku), próximo a montanha Machu Picchu, e alcançará as ruínas de Machu Picchu por cima. Ela não chega em Aguas Calientes para depois subir para a entrada do parque, como no Salkantay Trek.
O link do wikivoyage contém informações bem completas da Trilha Inca. Além disso, você encontrará incontáveis relatos sobre este trekking no Google. Dê uma procurada.
Pela Trilha Salkantay
O presente relato foca principalmente nesta trilha.
O Salkantay Trek pode ser feito de duas maneiras.
A diferença de ambas se dá somente após o almoço no terceiro dia, em Sawayaco. Daqui se tem as seguintes opções:
- Caminhar até a Hidrelétrica de Santa Teresa passando pela montanha Llaqtapata ou;
- Pegar uma van até Santa Teresa e outra van no dia seguinte desta cidade até a mesma hidrelétrica, onde ambas opções se reencontram.
Este tracklog do XimoT tirado do Wikiloc apresenta localizações completas e o roteiro da primeira opção caso queira baixar no seu GPS.
Meu grupo fez por van até Santa Teresa, onde tem as termas que são bem legais. Mas ir inteiramente a pé até Aguas Calientes deve ser bem interessante também.
Leia meu relato e saberá os detalhes deste lindo trekking!
TRILHA INCA VS SALKANTAY
A pergunta que não quer calar…
Eu fiz o Salkantay Trek, porque não havia vaga para a Trilha Inca, que é limitada a 220 turistas por dia, como consta no site incatrailperu. Oficialmente, 500 pessoas podem entrar nesta trilha por dia, porém 280 são guias, assistentes dos guias, cozinheiros e carregadores.
Como eu fiz esta viagem em abril/2014 e comecei a me planejar só em fevereiro do mesmo ano, não havia nem como eu sonhar em fazer a Trilha Inca já que ela estava esgotada até agosto! Portanto, se você quiser muito fazer esta trilha, se planeje com bastante antecedência.
Ou faça o Salkantay Trek, que não possui limite de visitantes.
Segue a explicação que o guia nos deu comparando ambos os trekkings.
- Custo médio do tour do Salkantay Trek é metade do valor da Trilha Inca.
- A Trilha Inca é praticamente uma fila, de tantos grupos fazendo. No Salkantay você vê bem menos grupos.
- A paisagem no Salkantay Trek é muito mais incrível, principalmente em função da montanha Salkantay e de sua bela lagoa.
- Na Trilha Inca tem muito mais ruínas, mas a melhor de todas é Machu Picchu e ambas as trilhas acabam lá.
Fazedores da Trilha Inca, favor não fiquem bravos comigo. Sei que o guia deve ter sido tendencioso, mas acreditei nele hahahah.
Apesar de tudo isso eu queria fazer a Trilha Inca. Não vou negar… Andar pelo caminho construído pelos incas há mais de 500 anos e reviver esta cultura de perto deve ser uma sensação indescritível.
Ah. Não importa qual das duas você opte por ir, faça uma aclimatação de uns 2 dias antes de partir para o trekking, pois ambas excedem os 4.000 msnm em algum momento. Cusco fica a 3.400 msnm e já é o suficiente pra você saber como seu corpo irá responder. Faça valer sua grana, não banque o locaço.
CONSULADO BRASILEIRO
CUSCO (Honorário – Jurisdicción Madre de Dios, Apurimac, Puno)
- Sr. Elson Espinoza Estrada
- Urb. Mariscal Gamarra Pasaje Gardenias 13-D, Cusco
- Tel. (51-84) 22-1390
- Email info@perutravelspecials.com
- Email elsonespinoza@hotmail.com
- Assístente: Lizandra Salcedo
Fonte: Itamaraty
QUANDO IR?
Eu fui em abril, início do período de secas, e foi uma época boa, apesar de ter algumas nuvens no céu que por vezes encobriam a montanha Salkantay.
Os dias estavam abertos, em sua maioria, e as temperaturas amenas, mas se você for em maio o tempo já fica mais aberto.
De novembro a março há muitas chuvas na região, por isso é um período que é bom evitar.
De junho a agosto fica muito cheio de turistas, porém coincide com as festas locais e com o solstício de inverno, que é quando a posição do sol favorece a arquitetura inca. Na semana do dia 24 de junho ocorre a festa de Inti Raymi, cerimônia para celebrar Inti, o deus Sol.
O QUE LEVAR?
Darei dicas do que levar para o Trekking de Salkantay apenas, já que para as outras atrações do Valle Sagrado não é necessária nenhuma preparação específica. Segue o que levei para o trekking:
- Mochila semi-cargueira (45L)
- 1 Saco de Dormir (5ºC conforto)
- 1 Lanterna
- Protetor Solar
- 1 Calça impermeável, 1 calça leve pra trilha e 1 bermuda
- 1 Jaqueta Impermeável
- 1 Blusa Fleece e uma segunda pele (leve mais algo se costuma sentir muito frio)
- 1 Par de Botas impermeáveis
- 4 Camisetas
- 1 Roupa de banho
- 1 Chapéu ou boné
- 1 Câmera fotográfica
- Papel Higiênico
- 1 Garrafa d’água
Não é necessário levar barraca nem isolante se você fechar passeio com agências como eu fiz e a maioria faz.
Se você resolver ir por conta leve comida para 4 dias.
GASTOS (2014)
Levei tudo em dólares. Apesar de as casas de câmbio das grandes cidades aceitarem reais, o dólar é mais garantido e mais valorizado na maioria dos casos.
Segue resumo dos gastos:
- Avião ida e volta São Paulo -> Cusco = R$ 1.500,00
- Táxi Cusco até hostel = 20 soles (R$ 16)
- Hospedagem Hostel Pariwana (4 pernoites) = R$ 30,00 = R$ 120,00
- 5 x Jantares em Cusco = 125 soles (R$ 100)
- 1 x Balada em Cusco = 20 soles (R$ 16)
- Tour Valle Sagrado – Pisaq, Ollantaytambo e Chinchero = 80 soles (R$ 64)
- Ticket Valle Sagrado = 160 soles (R$ 130)
- Tour Via Ferrata e Zipline = 150 soles (R$ 120)
- Pacote Salkantay Trek (5 dias) = 230 dólares (R$ 500)
- Tour Maras Moray e Salineras = 40 soles (R$ 32)
- Snacks e refeições extras = R$ 200,00
Total de gastos para 9 dias (2014): R$ 2.900,00.
O RELATO!!
Minha fantástica passagem pelo Peru se deu entre os dias 30/03 e 05/04/2014. Vamos pra descrição da minha experiência em Cusco e arredores.
DIA 1 – De São Paulo a Cusco
Meu último mês de trabalho antes das férias de 2014 foi tão tenso que não pesquisei quase nada para esta viagem. Ainda bem que é um roteiro batido e bem fácil para mochileiros se virarem.
Trabalhei sexta fui num casório sábado à noite e peguei o vôo para Cusco no domingo pela manhã.
O vôo saiu de São Paulo às 8:00, fez conexão em Lima e cheguei em Cusco às 16:30.
Peguei um táxi para o hostel Pariwana, o qual fica a 6,0 km do aeroporto e está situado bem próximo ao centro histórico da cidade.
O Pariwana é o melhor hostel que já fiquei. A área comum é super agradável e os quartos são extremamente limpos e com camas bem confortáveis.
Depois de me instalar no hostel fui dar um passeio no centro.
Cusco é uma cidade fantástica. Ela é extremamente aconchegante com suas belas ruazinhas históricas e lindas praças com dezenas de belas construções coloniais. Vale a pena explorar toda a parte arquitetônica inca e espanhola.
Também fiz um passeio no mercado da cidade e em áreas não turísticas para conhecer melhor a cultura local.
Ela tem todo o apoio necessário para o turista, com uma infinidade de lojas, restaurantes, hotéis, agências de viagem, casas de câmbio e o que mais precisar.
À noite, fechei no próprio hostel dois passeios para o Valle Sagrado e encontrei o Edwin para combinar os detalhes do Salkantay Trek, que iniciaria em 3 dias.
Jantei na cidade e fui dormir no meu quarto maroto para 14 pessoas.
DIA 2 – Pisaq, Ollantaytambo e Chinchero
Meu foco em Cusco era fazer o trekking Salkantay e chegar em Machu Picchu. Mas como queria fazer dois dias de aclimatação antes, resolvi fazer passeios no Valle Sagrado.
Neste segundo dia de viagem, fechei um tour para conhecer um pouco da história inca em alguns dos distritos de Cusco: Pisaq, Ollantaytambo e Chinchero. O preço do passeio foi de 80 soles.
Acordei cedinho e a agência passou na porta do hostel.
Antes de mais nada o guia da agência que nos acompanhou durante todo este dia nos vendeu o bilhete que dá acesso às atrações de Cusco. O preço para um dia no Valle Sagrado é de 100 soles e para múltiplos dias custava em torno de 160.
A primeira parada foi merchant de produtos da cultura peruana numa feira de artesanatos.
Depois seguimos para Pisaq, local em que existem vários terraços interessantes que o povo inca utilizava para agricultura.
Aqui também há belas ruínas no topo de um morro, o qual apresenta uma bela paisagem do alto.
Na sequência do passeio fomos para outro ponto de vendas de artesanatos e depois partimos para o almoço em Urubamba, distrito que dá o nome do rio que corta o Valle Sagrado.
Em seguida partimos para Ollantaytambo, uma das cidades mais importantes do império inca e a única habitada até hoje. Sem dúvidas o lugar mais impressionante do dia.
Ollanta marca o ápice da preservação arquitetônica feita pelos incas. Existem várias ruínas de templos e aquedutos, mas o que chama mais atenção é a forma como estas edificações eram feitas. Não dá pra acreditar na perfeição do polimento e do encaixe de imensos blocos de rocha sem a utilização de nenhuma massa para dar uma liga.
O cenário fica ainda mais lindo pois a cidade fica situada no entorno de belas e proeminentes montanhas.
Depois de Ollantaytambo fomos para outra feira, mas desta vez o foco era venda de roupas. Inclusive, umas peruanas fizeram uma apresentação sobre confecção da lã utilizada.
Para finalizar este dia, partimos para Chinchero, onde conhecemos a belíssima igreja de Chinchero. Aqui contemplamos um lindo pôr-do-sol antes de regressar para Cusco.
Nesta noite fui numa balada em Cusco situada na Plaza de Armas. Foi divertido, tocou reggaeton, eletrônico e Michel Teló hahahhaha.
DIA 3 – Via Ferrata e Tirolesa
Fechei este passeio por 150 soles no dia anterior no próprio Hostel Pariwana.
Me buscaram no hostel bem cedinho e partimos novamente rumo ao Valle Sagrado para a atividade do dia, a ser realizada em uma montanha às margens do Rio Urubamba.
A ideia era escalar uma montanha com um paredão bem inclinado de cerca de 300 metros de altura por meio de uma via ferrata, na qual você sobe por degraus de ferro fincados na pedra e sempre com segurança.
Após 3 horas de subida comemos uns snacks e contemplamos o belo visual do Valle Sagrado.
Aqui de cima há uma acomodação aérea, onde você pode passar a noite por cerca de singelos 1.000,00 soles. Ela é uma cabine de uns 7 metros por 2,5 instalada na pedra, mas não sei se compensa toda essa grana hahah
E veio o momento de descer o mesmo paredão, só que agora por tirolesa (zipline). O legal da descida é que há uns 4 ou 5 trechos de tirolesa e cada um contém uma peculiaridade.
Foi um dia divertido, mas o preço do passeio foi bem caro também. Não diria que foi algo super indispensável.
E voltei pra Cusco para dormir à espera do tão aguardado trekking.
DIA 4 – Início Trekking Salkantay
Às 6:00 da manhã me pegaram no hostel Pariwana e partimos em direção à Mollepata, onde o trekking de Salkantay teria início.
De Cusco a Mollepata foram percorridos 98 km em estrada de carro, trecho que eu dormi por completo.
E foi em Mollepata que conheci o grande grupo que me acompanharia pelos próximos 5 dias: a alemã Friederike, a suíça Bernadette e um australiano que viajavam sozinhos, um casal de espanhóis (Eva e David), um casal de chilenos (Maria Francisca e seu marido), um casal de franceses e 4 brasileiros. Perdão aos que não me lembro o nome.
Quem nos orientou foi o guia Andre Abel Payva Anaya, um cara bilíngue, muito articulado e engraçado que conhece todos os detalhes da cultura da região. Ele me ajudou muito a desenvolver o meu portunhol. Só fiquei um pouco chateado depois porque descobri que ele não nos levou para visitar o Lago Humantay e o Mirador del Lago Salkantay. Não se esqueça de pedir para seu guia te levar!
Tomamos café da manhã em Mollepata e saímos para o trekking às 8:00 da manhã.
Após quase 2 horas de briefing e preparação saímos para caminhar apenas às 10:00. Existem agências que começam a caminhada antes das 9 e outras que te deixam de carro até Marqoqasa, salvando quase 6 km de caminhada.
Você tem direito a deixar até 5 kgs de peso para as mulas levarem, mas na boa, carregue consigo. Faça uma mochila leve. As coitadas já levam toda a comida e equipamentos de acampamento.
Nós iniciamos em Mollepata mesmo. Mas não teve grandes complicações pois neste primeiro dia apenas caminharíamos em estrada de terra.
Do início da trilha já se poderia observar o Nevado Salkantay, montanha que passaremos bem pertinho no segundo dia, caso o tempo não estivesse nublado.
Caminhamos 5,6 km por 1:30 horas até chegar em Marqoqasa e mais 2 horas até a nossa parada para o almoço, o Mirador Chinchirkuma. Aqui as nuvens começaram a dissipar e a imponente montanha Salkantay apareceu pela primeira vez.
De Marqoqasa até o final do dia, seguiríamos pela estrada que acompanha o Vale do Rio Blanco.
Já se aproximava das 16:00 e ainda tínhamos 8 km pra andar até Soraypampa, nosso acampamento da primeira noite.
E seguíamos pela estradinha e nos aproximando da montanha Salkantay, que por vezes saía do campo de visão e por outras apresentava um visual parcial.
Às 18:00 alcançamos o acampamento Soraypampa (cota 3.850 msnm) e já estava tudo pronto e instalado para nos receber. O local é um ponto fixo de apoio para turistas e marca o fim da estrada de terra.
Neste dia andamos um acumulado de 18,5 km e subimos mais de 1.000 m de desnível.
Como chegamos tarde no acampamento, não tivemos a opção de ir até o Lago Humantay. É um dos pontos mais bonitos da trilha e que apresenta lindas vistas do Nevado Tucarhuay, outra linda montanha da região. Inclusive, é possível ver esta montanha do acampamento Soraypampa, ponto inicial da trilha para o lago.
Nos instalamos nas barracas e depois sentamos à mesa para jantar a deliciosa comida peruana preparada pelos guias.
E fomos dormir esperando para o próximo dia, que seria o ponto alto da trilha (com exceção de Machu Picchu, claro).
DIA 5 – 2º Dia Trekking Salkantay
Acordamos às 6:00 e começamos a caminhar às 7:30 da manhã.
Os raios solares do amanhecer no Nevado Tucarhuay formavam um belo cenário.
Este é o dia que você sentirá os efeitos de caminhar em altitude, mesmo que você ainda não tenha sentido. O rendimento é impressionantemente menor.
Neste segundo dia passaríamos a caminhar somente por trilha, só que agora por dentro do lindo Vale do Rio Blanco.
Se por acaso você se sentir cansado em Soraypampa, é possível contratar uma mula para te carregar até o Abra Salkantay. Mas acho sacanagem com o bichinho e você vai ter que desembolsar algo em torno de 100 doletas. É uma opção para quem não está acostumado com caminhadas em montanha.
Após 1:30 horas a trilha segue cortando por dentro do vale, este que talvez seja o panorama que eu mais gostei do trekking todo.
Quando estávamos no interior do vale, o guia Andre nos falou para pegarmos uma pedra e levá-la até o Abra Salkantay, um ritual tradicional para a Pacha Mama, a mãe terra e deusa máxima do povo inca.
Pouco metros à frente se iniciou o trecho mais árduo dos 5 dias, as Siete Culebras (7 cobras). Sobe-se 100 metros de desnível num terreno bem inclinado a mais de 4.000 m de altitude. Mas a vista do vale ao final da subida compensa.
Apesar de termos acabado de passar pela subida mais árdua, ainda teríamos muito a subir.
Do topo das Siete Culebras caminhamos meia hora até chegar em Suyroqocha, onde se encontra ema bela lagoa e uma lindo panorama do Salkantay.
Na sequência se inicia uma investida final bem tensa, que segue constante até chegar no passo de montanha mais esperado, o grande Abra Salkantay, a 4.630 msnm.
Lembro do sofrimento que foram os últimos 100 metros. Pareciam não acabar hahah. Caminhar em altitude não é brincadeira. Ainda que este trekking seja bem popular, tome as devidas precauções.
Chegamos no Abra Salkantay às 11:00 e deixamos nossas oferendas para a Pacha Mama num ponto com milhares de pedras empilhadas.
Ficamos quase 1:30 horas contemplando a paisagem e ouvindo as explicações do guia Andre sobre a espiritualidade do lugar. Ele, inclusive, fez um ritual de agradecimento aos deuses bem bacana com a gente.
Apesar do frio e do dia nublado, é uma sensação incrível estar no meio deste magnífico cenário.
Infelizmente, não conhecemos o Lago Salkantay, cujo mirante fica a cerca de 500 m do Abra Salkantay. Peça para seu guia te levar neste lago.
E seguimos adiante na trilha.
Agora encararíamos uma descida constante por uma trilha mais fácil sempre acompanhando o Vale do Rio Salkantay (ou Rio Humantay. Vi as duas denominações).
Caminhamos 6,5 km em 2 horas até nossa parada para o almoço em Wayracpunku. Neste ponto o cenário já deixou de ser nevado e a vegetação já apresentava um porte mais robusto.
Já passava das 15:00 horas quando voltamos pra trilha e ainda tínhamos 8 km pra percorrer. Mas a trilha é bem batida e em menos de 3 horas chegaríamos ao acampamento Chaullay onde passaríamos a noite.
É interessante observar a variação gradual do porte da vegetação e do padrão das montanhas neste dia, afinal descemos da cota 4.630 até a 2.800 m.
No segundo dia do trekking caminhamos um total de 21,5 km, subimos 700 m e descemos 1.800 m de desnível.
Neste acampamento há opcional de banho quente por 10 soles.
Sentamos todos juntos à mesa para desfrutar de um delicioso jantar peruano e trocar ideias. Logo depois fomos dormir.
DIA 6 – 3º Dia do Trekking Salkantay
Começamos a andar às 7:30 neste terceiro dia e prosseguimos a caminhada em um cenário de fundos vales e florestas subtropicais. Neste dia desceríamos o Vale do Rio Santa Teresa.
Próximo ao acampamento Chaullay este rio recebe as águas dos rios Salkantay e Chaullay e, portanto, apresenta um volume d’água bem mais generoso.
Cruzamos o Rio Santa Teresa e caminhamos 2,2 km até chegar no simpático Salto Pacchi.
E seguimos caminhada por mais quase 4 horas até alcançar o vilarejo de Sawayaco, a 17,3 km de Chullay.
Sawayaco está situado próximo da cota 2.100 msnm, cerca de 800 m mais baixo que Chullay. É também o ponto com mais estrutura desde que saímos de Mollepata.
Almoçamos às 14:00 em Sawayaco e na sequência entramos na nossa van que nos levaria até Santa Teresa, ou Nuestra Señora de Santa Teresa de Jesucristo Redentor.
Após 45 minutos chegamos na cidade, que é bem simpática. Em Santa Teresa, o Rio Santa Teresa deságua no Rio Urubamba. Exato. O mesmo Urubamba que contorno Machu Picchu e segue por Ollantaytambo e Pisaq.
Deixamos nossas coisas no abrigo e partimos para os banhos termais de Cocalmayo, situados bem próximo à cidade.
As termas são excelentes. Há uma fonte natural e construíram três piscinas pra represar a água que vem desta fonte, cada uma com uma temperatura diferente. Nem preciso dizer que a mais quente é a perto da fonte. Em alguns pontos o calor da água é tanto que nem dá pra ficar muito tempo.
O Rio Urubamba passa bem perto das piscinas termais e daqui já se vê que é um rio bem mais volumoso e caudaloso que os demais rios da região.
Ficamos curtindo as termas por cerca de uma hora até voltarmos para nosso abrigo em Santa Teresa.
Como era nossa última noite com nosso guia Andre, foi feita uma fogueira de confraternização, com muita música e conversa. E claro, o jantar foi ótimo.
E fomos dormir esperando pelo dia seguinte, no qual passaríamos bem próximo do destino final da travessia.
DIA 7 – 4º Dia do Trekking Salkantay
Como não podia ser diferente, neste quarto dia de caminhada seguiríamos andando no interior de um vale. Mas desta vez acompanharíamos o grande Rio Urubamba e o Valle Sagrado.
Acordamos não tão cedo este dia, tomamos café e voltamos para a van, que percorreu 11,3 km até a hidrelétrica de Santa Teresa.
Iniciamos a caminhada às 10:00 e seguimos pelo trilho de trem que conecta as cidades de Santa Teresa e Aguas Calientes.
Andar no vale do Urubamba é muito agradável. A trilha segue por mata fechada na maior parte do tempo e revela belas montanhas bem inclinadas no seu entorno.
Este dia alterna trechos de ferrovia com trilha na mata, sendo que a maior parte do tempo seguimos andando próximo à linha férrea mesmo. A dificuldade da caminhada neste dia é mais baixa pois, apesar de estarmos subindo o Rio Urubamba, a inclinação do terreno é suave.
Caminhamos 2,2 km até chegar na bela ponte da linha férrea que passa sobre o Rio Urubamba. Deste ponto é possível observar as montanhas Wayna Picchu e Machu Picchu de baixo. Eu não fazia ideia que passaríamos aos pés destas montanhas neste trekking hahah.
8,2 km adiante pelo belo vale, chegaríamos na ponte de acesso para Machu Picchu. Mas hoje ainda não era o dia.
Andamos por mais 1,5 km até chegar no gracioso povoado de Aguas Calientes às 13:30. Neste dia andamos cerca de 13 km e subimos um desnível acumulado de 200 m.
Nos instalamos no hotel reservado para a gente e demos uma volta para conhecer a bela cidade.
À noite o guia Andre nos explicou como funcionaria a entrada para Machu Picchu para o dia seguinte.
Como já explicado no item Como Chegar em Machu Picchu, tem-se duas opções para subir até a entrada do parque: a pé numa trilha de 3,3 km e 400 m de desnível ou ir de ônibus, o qual custa cerca de 10 dólares.
Jantamos em Aguas Calientes e fomos dormir no conforto dos quartos.
DIA 8 – Machu Picchu
O que falar deste dia incrível?
Não vou falar muito não haha. Tem atrações no mundão que você tem que ir lá e contemplar… Não precisa de muita dica.
Acordamos antes do horário do primeiro ônibus e chegamos na ponte do Rio Urubamba às 7:00.
A caminhada para a entrada do Parque Nacional de Machu Picchu é uma subida constante de cerca de 50 minutos. Apesar disso, ela não foi tão exigente assim. Creio que vale mais a pena que o ônibus se você estiver bem do Salkantay Trek.
Esperamos cerca de 20 minutos para o parque abrir e aguardando o guia Andre fazer os trâmites da entrada.
O dia mal estava claro e logo próximo a entrada já se via a belíssima montanha Huayna Picchu e as ruínas do Santuario Histórico de Machu Picchu.
O Andre fez um tour com a gente de 2 horas mostrando de perto as incríveis ruínas, desde templos, antigas residências, terraços de agricultura e outras diversas feições arquitetônicas interessantes.
Dois fatos me surpreenderam mais na arquitetura inca: o encaixe perfeito de imensos blocos de rocha principalmente na sustentação de portas e janelas e; a preocupação em fazer boa parte das construções alinhadas com a posição do sol nos solstícios.
E claro, outra coisa que impressiona é que a cidade inca está muito bem preservada, mesmo situada em uma região com alta pluviosidade no verão (ok, há restaurações mas a cidade possui mais de 500 anos).
O tour passou pelas Três Ventanas situada na praça principal, pelo relógio solar Intihuatana e finalizou na Roca Sagrada, onde o guia Andre se despediu da gente.
Após curtir um pouco da antiga cidade inca fomos subir a montanha Huayna Picchu às 11:00.
A trilha tem somente 1 km de comprimento, mas é uma ascensão brusca de mais de 200 m de desnível. Em alguns trechos é preciso bastante cuidado, principalmente os que possuem degraus estreitos.
Após cerca de 40 minutos alcançamos o cume desta bela montanha que revela um visual fantástico.
De seu topo se pode ver o Vale do Rio Urubamba, o caminho de Aguas Calientes ao parque, a montanha Machu Picchu e, claro, a famosa cidade inca. Dizem que ela possui o formato de um condor, animal sagrado na cultura inca.
Descemos de volta para a cidade de Machu Picchu, desfrutamos mais um pouco deste lindo lugar e seguimos até o mirante no extremo sul da cidade, que é de onde se tiram as fotos clássicas do panorama completo.
Almoçamos num gramado bem afastado de movimento e ficamos por horas lá sentados curtindo e conversando.
Por volta das 16:30 pegamos nosso rumo de volta para Aguas Calientes.
A maioria do grupo pegou o ônibus para descer, afinal ficamos o dia inteiro andando dentro das ruínas. Eu fui a pé e cheguei antes do ônibus do pessoal. A descida é bem rápida.
E assim encerrou nosso magnífico Salkantay Trek + Machu Picchu.
Chegamos em Aguas Calientes, pegamos nosso trem para Ollantaytambo, viagem que durou cerca de 1:40 horas. Em Ollanta nosso ônibus já estava nos esperando, o qual demorou mais 2 horas pra chegar em Cusco.
O tour se encerrou na Plaza de Armas. Jantei na cidade e voltei para o Hostel Pariwana, no que seria o meu último pernoite no Peru.
DIA 9 – Maras Moray e Salineras
Este dia não estava no meu roteiro. Eu queria ter ido embora do Peru no dia em que voltei de Machu Picchu para cusco, porém não havia ônibus para Bolívia no dia anterior.
Mas ainda bem que fiquei mais um dia 🙂
Fechei o passeio para conhecer Maras Moray e as Salineras, no dia anterior à noite no próprio Pariwana.
Saímos às 9 e chegamos em Maras Moray às 11.
As ruínas de Moray são um sítio arquelógico composto por vários terraços que o povo inca utilizava na agricultura. Já havia visto estes terraços em outros lugares, mas aqui eles são dispostos de forma circular e formam um cenário bem impressionante.
É possível descer até o centro do último círculo que possui cerca de 30 metros de diâmetro. O círculo externo possui quase 120 metros de diâmetro.
Na sequência fomos até as Salineras de Maras, um local de produção de sal que opera há mais de 2.000 anos. Há milhares piscinas para extração de sal na região que formam um lindíssimo panorama.
Esse link do Wikipédia traz informações mais detalhadas do processo de obtenção de sal nas Salineras.
Pode provar a água das piscinas. É bem salgada mesmo haha
E voltamos para Cusco, onde chegamos às 15:00.
Passei a tarde tranquilo na cidade. Almocei, comprei uma bota, um saco de dormir e voltei para o Hostel Pariwana para pegar minhas coisas.
Jantei e fui para a rodoviária de Cusco por volta das 21:00.
Peguei o ônibus das 22:00 para Copacabana na Bolívia visando conhecer o Lago Titicaca, maior lago da América do Sul e lago navegável mais alto do mundo. Você pode ver o relato com a minha experiência no lago, em La Paz e cruzando a fronteira Peru/Bolívia neste link.
Obrigado por ler!
Abraços!
Ótimo e completo relato. Obrigado.
Você diria que seria um problema fazer a salkantay sem guia? Como uma travessia mesmo, carregando os próprios mantimentos e barracas?
Caro Daniel, desculpa a longa demora. Se você está acostumado com travessias de múltiplos dias e acampar com bastante frio, eu diria que não terá problemas em ir sem guia. Grande abraço!